segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Br 4

    Sempre acaba assim. Eu desloco todo o interesse que eu tinha por uma pessoa para outra. Esse deslocamento tem início assim que consigo conquistar a primeira. Então, no meu histórico de relacionamentos, o para começar a acabar, basta começar. Em parte é bom, vem uma onda de inspiração junto com toda transição. Porém, me faz mal, emocionalmente falando. Ainda mais com pessoas que se importam comigo, que demonstram o interesse no meu crescimento e coisa e tal.
    Infelizmente, é só uma questão de tempo. Tanto dessa para a próxima, quanto da próxima para a pós-próxima. Cada vez que isso acontece, tenho mais noção das idiotices, ou melhor, canalhices, que cometo. E dessa vez, apesar do desejo já ter se deslocado, o carinho ainda não. Me sinto tão enraizado, e talvez isso me incomode. Mas não importa o meu incômodo, eu provavelmente em alguns meses já estarei com uma vida nova, adorando meu novo alvo, talvez anonimamente e seguro. Talvez ativamente e ignorado. Como dizem, amar é importante, porra. Eu não fico só, nunca, mas sempre estou só, pois as pessoas que tento deixar entrar não conseguem ver minha personalidade real. Escondo. E as pessoas devem tentar bater um pouco mais forte.

Br 3

    Fazia um tempo que eu não sentia este aperto no coração. Essa solidão. Mas é estupidez. Sozinho sempre serei. Com uma, com outra, não importa. Sozinho sempre todos serão. Justo agora que as férias estão chegando...

domingo, 29 de novembro de 2009

Br 2

    Eu estava na sala, quando ela me chamou.
- Vem cá, vou te mostrar uma coisa!
- Você não vai me trancar em nenhum lugar não né?
- Te trancar? Não..
    Entrou numa pequena sala, praticamente escura, e parou em frente a um mural de recados.
- Vem!
- Você não vai me trancar mesmo?
- Não! Como que eu vou te trancar estando aqui dentro?
- Verdade.
    Entrei e ela me roubou um beijo e saiu correndo. Fiquei parado, tentando entender o que tinha acontecido. Quando voltei a mim, ela já não estava em lugar algum.
    No dia seguinte, fiquei apenas sentado, esperando, meio com cara de bobo, perdido nos sentimentos, misto de culpa e prazer. Eu sei que ela costuma agir sobre impulso e às vezes se arrepende tanto do que faz que quase cava um buraco no chão para se esconder.
- Oi... Olha, a respeito de ontem, eu cometi um erro, esquece o que eu fiz.
- Um erro?
- É. - e se afastou.
    Terminei de me perder nos sentimentos, dessa vez com a cara mais triste que eu imagino ser capaz de fazer. Não por querer. Impossível esquecer agora. Impossível perdoar esse erro. O meu presente, que tanto se preocupa com meu futuro (sou grato por isso) estava prestes a virar passado. Junto com os planos. Comecei a desmoronar, tudo que acreditava não existia mais. Eu queria, juro que queria, acreditar ainda. Juro que queria fazer dar certo. Mas era tarde. Pensamentos de traição inconseqüente inundavam minha cabeça. Mas ela notou o erro. E tentou remediar. Se eu ignorasse, ela ficaria para sempre na minha galeria de amores perfeitos. No meu pedestal. Linda e distante. Tudo que eu sempre quis, sem os defeitos que eu não tive a chance ou o tempo de notar. É lá o lugar dela. Memória. Imaginação. E é lá que ela vai ficar. É lá que o beijo aconteceu.

sábado, 28 de novembro de 2009

Br 1

    Ela estava mexendo no meu cabelo. Brincando com meus cachos e eu pensando no que isso em teoria significa. E o ouço ela dizer que namora um cara da minha idade, só pra depois dizer que estava brincando.
    Ela nem imagina que reativou minha inspiração para romances. Daqueles imaturos. Daqueles platônicos. Nunca vai acontecer, por isso será pra sempre perfeito. Talvez eu tenho ativado o mesmo nela. Talvez nunca saibamos um do outro, ou talvez saibamos. Talvez ela leia isso e saiba que é pra ela, mas mantenha o silêncio, pelo sim ou pelo não. Quem sabe não a agarro pelo braço e digo "foda-se meu passado e meu futuro, quero saber é de agora.". Atitude imatura. Mas o que sou? Nada mais que imaturo.
    É o furacão de sentimentos, paixonite estúpida, que sempre marca o começo do fim dos meu relacionamentos.
    Na próxima, não prometerei mundos e fundos.