Uma linha de produção, com um tipo de produto único. Cada unidade é levemente diferente da outra, mas a essência é a mesma. As diferenças se dão devido ao leve nível de artesanato que há no produto. Poderia dizer-se que há um toque único em cada produto, mas a fôrma é a mesma, a matéria é a mesma e a máquina que produz é a mesma. A sutil unicidade surge pela aleatoriedade.
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quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Perguntem À Vontade
Uma personagem que não faz sentido, parece ter múltiplas personalidades, muda de idéia a cada segundo. Não se arrepende, nem mesmo se lembra de ter feito, não há nada para se arrepender. E para quem tenta entender, fica a indiferença de quando ela puder haver e a passividade quando conseguir penetrar nalguma brecha, Uma pessoa dessas não existe em filmes, pois não faz sentido e não incomoda a maioria. Se existe algo próximo, é a vilã. Mas ela não é vilã. Ela não faz por mal. Ela só é verdadeira com suas vontades. Textualmente, não se molda a ninguém. Talvez só consiga expor-se no virtual, pessoalmente, vai com a corrente. Talvez não. Ela é linda e leve, de forma a afetar mentes fracas. Mas nem todas. Existem mentes fracas específicas que ela afeta. Quem cair na tentação de amá-la, é punido com a sua incostância. E, como ela não gosta de pressão, o desespero isola os punidos. E como é só sonho que ela quer, foge do real. E quem é ingênuo de se propor a fugir do real com ela, tem sua ingenuidade transformada em alvo. Ninguém sabe apertar gatilhos de paranóias como ela. Ninguém sabe onde a dor está, onde apertar para causar o incômodo mais agudo, não como ela. E o ingênuo, que a enxerga causando dor como ela dando atenção, tenta, cego, tatear o que seria a vontade dela. Tolo. Ela não tem vontades. As vontades a têm, quando passam correndo e ela aceita e quer e busca. Depois que a vontade passa, perguntam a ela "O quê foi isso?". Ela não tem como saber. Perguntem à vontade.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Andando Na Pista De Corrida
Há um senso de obrigações, apesar da minha falta de compromissos no momento. É constante a sensação de que eu deveria estar fazendo algo, mas não há nada a fazer.
Que fazer então? Me repetir nas obrigações que já cumpri? Inventar compromissos ridiculamente inúteis só pelo bem de mim? Sair e andar onde as pessoas correm? Sentar e observar, como se eu buscasse inspiração no que outros decidiram fazer? Espero encontrar pessoas fazendo coisas interessantes ao invés de correr em círculos para extender a vida. Eles mal contam com o acaso...
Que fazer então? Me repetir nas obrigações que já cumpri? Inventar compromissos ridiculamente inúteis só pelo bem de mim? Sair e andar onde as pessoas correm? Sentar e observar, como se eu buscasse inspiração no que outros decidiram fazer? Espero encontrar pessoas fazendo coisas interessantes ao invés de correr em círculos para extender a vida. Eles mal contam com o acaso...
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Céu Flocado
Acordo com vontade, não de acordar, mas de viver o futuro. Sinto falta do real e esperança há. O problema é que ainda não sei o que são boas notícias em meio a tantos acontecimentos.
O banco da praça, o céu flocado, o cigarro queimando o dedo, as lágrimas arrombando as pálpebras...
É você. A confusão. A esperança. O medo.
O banco da praça, o céu flocado, o cigarro queimando o dedo, as lágrimas arrombando as pálpebras...
É você. A confusão. A esperança. O medo.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Tumor
Nalguns momentos parece que as setas ganham pontas de novo. Parece que o futuro ganha sintomas. E novos motivos parecem me mover (pouco, mas me movo). O tédio tende a piorar tudo, mas ele, às vezes, é espantado por palavras de fontes e significados surpreendentes. Tento dizer tudo, sem dizer nada. O tic-tac do relógio parece um come-come, comendo a minha vida. O autor disso é meu alvo. Mas eu não quero acertar esse alvo. Os tiros que dou nunca acertam onde quero, melhor parar de atirar. Instiga, mas é placebo. É um tumor que eu tenho que extirpar, removendo a menor quantidade possível de carne saudável. Acho que se não sobrar nada, ainda vai faltar muito. É essa a fome que tenho.
sábado, 9 de junho de 2012
OffOnOffOnOff
Nunca conheci ninguém com tanto talento pra gastar dinheiro. Ela me enchia de presentes. Devia ser pra compensar o desleixo com o seu corpo. Nunca fomos um casal.
Como todas, havia algo da C. nela. Algo que me atraía e eu, sem saber, caía de joelhos. Agora que sei, sou vacinado. Claro, agora que C. se foi, eu deveria não ligar e cair de joelhos, entregar o controle para qualquer uma que fosse.
Eu, mais romântico que nunca, acho que deveríamos parar de romantizar tanto as coisas.
Procurar sentido em tudo.
Dor extrema não dói nada, mas tristeza não é dor. Nem tédio.
A luz acende e apaga, acende e apaga, acende e apaga, e pára.
Como todas, havia algo da C. nela. Algo que me atraía e eu, sem saber, caía de joelhos. Agora que sei, sou vacinado. Claro, agora que C. se foi, eu deveria não ligar e cair de joelhos, entregar o controle para qualquer uma que fosse.
Eu, mais romântico que nunca, acho que deveríamos parar de romantizar tanto as coisas.
Procurar sentido em tudo.
Dor extrema não dói nada, mas tristeza não é dor. Nem tédio.
A luz acende e apaga, acende e apaga, acende e apaga, e pára.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Convulsão
Essa memória exige ser o centro das atenções o tempo todo. Convulsiona enquanto tento dormir. Até morrer, mas é imortal.
Dor que dói sem ter foco. Sem ter onde doer.
"Onde dói?" diz o médico.
"Todo lugar, mas nenhum deles, doutor."
Convulsiono junto, abraçado à memórias que nunca tive.
Dor que dói sem ter foco. Sem ter onde doer.
"Onde dói?" diz o médico.
"Todo lugar, mas nenhum deles, doutor."
Convulsiono junto, abraçado à memórias que nunca tive.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Dog Problems II
A única coisa útil que tenho feito é dormir. Útil por que descança o corpo. Descança de quê, eu não sei.
Quisera ter controle sobre meu vício e não ter que esperar a luz do sol pra dormir.
Reconhecimento seria legal. Talvez desse ânimo pra produzir mais. Talvez desse desculpa pra ser ainda mais vagabundo.
Saudades de Paris.
Saudade da cama na parede oposta e conversas na madrugada.
Todo texto que escrevo parece ser uma carta pra mesma pessoa. Como se eu tivesse que contar o que venho sentindo.
Cartas para um destino inválido.
Testei imaginá-la, pra conversar comigo, mas não deu. Hora de dormir.
Quisera ter controle sobre meu vício e não ter que esperar a luz do sol pra dormir.
Reconhecimento seria legal. Talvez desse ânimo pra produzir mais. Talvez desse desculpa pra ser ainda mais vagabundo.
Saudades de Paris.
Saudade da cama na parede oposta e conversas na madrugada.
Todo texto que escrevo parece ser uma carta pra mesma pessoa. Como se eu tivesse que contar o que venho sentindo.
Cartas para um destino inválido.
Testei imaginá-la, pra conversar comigo, mas não deu. Hora de dormir.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Dog Problems
Quero dormir, o tempo todo.
É o mais próximo de morrer que minha covardia me deixa chegar.
Posso dizer a mim mesmo que sou corajoso por continuar vivo, mas, é óbvio, é mentira.
Esse hábito vagabundo de só dormir me afunda ainda mais. Só pelo fato de ter que acordar e encarar a vida, o dia ou a
noite.
A noite parece inspiradora. O caderno me convida a preenchê-lo, e a cama me nega, me joga de um lado para o outro até
que o sol apareça na janela. Mas aí é hora de acordar. De colocar a máscara de menino da sociedade. Fingir que me
importo com o futuro. Fingir que tenho planos. Tenho alguns, tão bem fingidos, que até eu acredito.
Sei, desses planos, de coisas que eu queria fazer. Só que o conhecimento da unitilidade disso tudo me faz mais próximo
dos planos que ninguém aceitaria. (É o tipo de coisa que só se aceita se é compartilhado).
Dormir para sempre. Ou morrer, como dizem.
Lembra daquele negócio de inferno astral que eu cito todo ano nos meus textos? Pois é. O desse ano tá acabando. Pena
que o do ano que vem já começou. Essa intersecção é foda.
What can I do to be killed around here?
É o mais próximo de morrer que minha covardia me deixa chegar.
Posso dizer a mim mesmo que sou corajoso por continuar vivo, mas, é óbvio, é mentira.
Esse hábito vagabundo de só dormir me afunda ainda mais. Só pelo fato de ter que acordar e encarar a vida, o dia ou a
noite.
A noite parece inspiradora. O caderno me convida a preenchê-lo, e a cama me nega, me joga de um lado para o outro até
que o sol apareça na janela. Mas aí é hora de acordar. De colocar a máscara de menino da sociedade. Fingir que me
importo com o futuro. Fingir que tenho planos. Tenho alguns, tão bem fingidos, que até eu acredito.
Sei, desses planos, de coisas que eu queria fazer. Só que o conhecimento da unitilidade disso tudo me faz mais próximo
dos planos que ninguém aceitaria. (É o tipo de coisa que só se aceita se é compartilhado).
Dormir para sempre. Ou morrer, como dizem.
Lembra daquele negócio de inferno astral que eu cito todo ano nos meus textos? Pois é. O desse ano tá acabando. Pena
que o do ano que vem já começou. Essa intersecção é foda.
What can I do to be killed around here?
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Deadlock
Coço os olhos como se minha vida dependesse disso. Como tudo no mundo, a dor e o desânimo foram sentidos em extremo por uma e somente uma pessoa. Não sou eu, mas o meu recorde, o recorde desta casa, desta sala, deste cursto, deste instituto, este é meu, e é batido todo dia.
Procuro coisas tristes para não chorar em vão. Que tipo de vício estúpido é esse? Vício em lágrimas. É o contra-ato. Estar preso em uma contradição. Querer o não-querer. Ser o impossível. Buscar a morte para me sentir vivo. Ser triste para ser feliz.
O que há de errado com este cérebro que sabe que está errado e mantém a direção?
Não é questão de comodismo. Tenho iscas e anzóis para quem eu quiser atrair.
(E as vezes parece que é o contrário.)
Nenhuma vida é ou foi como a minha, sou único, como tudo já foi. Nenhuma dor. E tudo único. Mas se é tudo único, não seria tudo unicamente igual? Ou igualmente único?
Deadlock. Preso, em loop, em contradições.
Como um algoritmo mal programado.
Como sinais de trânsito não sincronizados.
Procuro coisas tristes para não chorar em vão. Que tipo de vício estúpido é esse? Vício em lágrimas. É o contra-ato. Estar preso em uma contradição. Querer o não-querer. Ser o impossível. Buscar a morte para me sentir vivo. Ser triste para ser feliz.
O que há de errado com este cérebro que sabe que está errado e mantém a direção?
Não é questão de comodismo. Tenho iscas e anzóis para quem eu quiser atrair.
(E as vezes parece que é o contrário.)
Nenhuma vida é ou foi como a minha, sou único, como tudo já foi. Nenhuma dor. E tudo único. Mas se é tudo único, não seria tudo unicamente igual? Ou igualmente único?
Deadlock. Preso, em loop, em contradições.
Como um algoritmo mal programado.
Como sinais de trânsito não sincronizados.
domingo, 27 de maio de 2012
Trânsito I
Toda noite, pneus gritam o seu nome. Freiam pra te evitar, obstáculo que se tornou. Entre mim e a felicidade, só há um monumento à você. Mas não freio, não pra você. Te atinjo, todas as noites. Não freio, mesmo sabendo que isso me deixa estagnado, batendo de todos os lados, e sempre distante da felicidade. Talvez prefira essa tristeza motivada àquela tristeza sem causa e sem cura.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Dormindo Com O Inimigo
Todas essas histórias de amor e superação fazem questão de se jogar aos meus olhos e ouvidos. Só pra me lembrar que eu nunca terei o que há lá. A vida não é fácil pra ninguém, eu sei, eu sei. Sinto falta dela, mas não é por ela que sofro. Ou será que é? Não tenho ânimo. Tenho algumas idéias, mas não ânimo.
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