segunda-feira, 28 de maio de 2012

Deadlock

Coço os olhos como se minha vida dependesse disso. Como tudo no mundo, a dor e o desânimo foram sentidos em extremo por uma e somente uma pessoa. Não sou eu, mas o meu recorde, o recorde desta casa, desta sala, deste cursto, deste instituto, este é meu, e é batido todo dia.
Procuro coisas tristes para não chorar em vão. Que tipo de vício estúpido é esse? Vício em lágrimas. É o contra-ato. Estar preso em uma contradição. Querer o não-querer. Ser o impossível. Buscar a morte para me sentir vivo. Ser triste para ser feliz.
O que há de errado com este cérebro que sabe que está errado e mantém a direção?
Não é questão de comodismo. Tenho iscas e anzóis para quem eu quiser atrair.
(E as vezes parece que é o contrário.)
Nenhuma vida é ou foi como a minha, sou único, como tudo já foi. Nenhuma dor. E tudo único. Mas se é tudo único, não seria tudo unicamente igual? Ou igualmente único?
Deadlock. Preso, em loop, em contradições.
Como um algoritmo mal programado.
Como sinais de trânsito não sincronizados.