segunda-feira, 25 de março de 2019

Sabe como cachorros parecem abanar os rabos quando estão felizes?

Nós morávamos juntos e, às vezes, fazíamos sexo.

Na maior parte do tempo, ele só se masturbava assistindo a vídeos que eu não conseguiria olhar se eu seguisse minha criação católica. Mas, tendo abandonado qualquer crença há décadas, pude assumir, sem culpas, que a cena me excitava.

Tratávamos nossos corpos de uma maneira totalmente separada de nossas mentes, e por isso, fazíamos sexo eventualmente. E por isso também, a masturbação não era um ato solitário.

Não que eu o ajudasse no ato em si, mas não havia nenhuma mudança na minha rotina diária só pelo fato de ele estar ali, assistindo pornô (da maneira que ele foi feito pra ser assistido) no mesmo ambiente que eu.

Como quando alguém assiste um vídeo de gatinhos na internet e você presta atenção em algumas partes, oralizando um eventual "awn".

O que eu quero dizer com isso é que a independência entre mente e corpo quebra tabus relacionados a sexo. Transforma o sexo não em um acontecimento privado e íntimo, a intimidade não tem nada a ver com sexo. Desde que sexo deixou de ser um ato de reprodução e passou a ser feito por prazer, um reflexo disso deveria ter acontecido na maneira como ele é tratado.

Como amigos que vão jogar sinuca ou pessoas em um cinema, sexo poderia ser encarado apenas como algo que as pessoas fazem para se divertirem.