sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

Polar-166

Meu rosto já não é mais o mesmo
Estou mais magro, mais mórbido
Nem tenho mais aquele lirismo
Que o teu amor havia me concedido

Por certo, se me ver na rua, por aí
Não mais me reconhecerá, pois mudei muito
Infelizmente, apenas mudanças físicas aqui
A mente não; pelo meu corpo, estou de luto

Me deixaste marcas, irreversíveis as fiz
Algumas foram até feitas por mim, ou não
Cada vez que te vejo, ganho uma nova cicatriz
E não me livro delas, de tão profundas que são

Quando me ver, repito, não mais me verás
Repito, pois lembrei-me de um defeito:
Algum dia tu me vistes, será?
Fui pra ti como foste pra mim? Perfeito?